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A CAMINHO DA TERRA PROMETIDA
A CAMINHO DA TERRA PROMETIDA

Retalhos de vida

Uma travessia no meu deserto humano e espiritual para chegar a terra prometida.

As dores foram muitas. Então quis escolher um deles sequestros da subjectividade. Um roubo Silencioso que me levou de mim, acontecimento comum, mas não denunciado, porque fragiliza e Impossibilita o ser humano de viver a realização para a qual foi feito.

A vida humana é uma constante experiência de travessia. Estamos em êxodos contínuo, Processos de deslocamentos intermináveis, porque, enquanto estiver viva, serei convidada para o movimento que me proporciona a superação de aprendizagens, condições e atitudes.

Eu, como ser humano me encontro em constante evolução. Nunca estarei completa. A morte me surpreenderá e ainda estarei em processo de feitura. Um destes processos é a travessia: “da condição de indivíduos à condição de pessoas". É simples. Nascemos indivíduos, mas a condição de pessoa é um lugar a ser alcançado. Precisamos, pela força do aperfeiçoamento, chegar aos dois pilares sobre os quais o conceito de pessoa se estabelece. Ser pessoa consiste em "dispor de si e dispor-se aos outros".

O sequestro ou roubo da subjectividade é um acontecimento que atenta directamente contra o primeiro aspecto subjugada aos maus tractos de uma condição de dependência, inicia-se em mim um processo terrível de rendição que me colocou na condição de vítima. Vitimada, deixei de ser proprietária de mim e do meu destino, restava obedecer para sobreviver.

Ao roubo da minha materialidade, colocava a questão: Como posso libertar-me se estou separada de mim e de meus sentimentos? (A partir da família e localizados, onde devia ser o meu a conchego do lar e protegida)!

Mas também e mais adiante, nas relações que estabelecemos. A partir dessa forma nasce o mal-estar psicológico, o sofrimento que não tem localidade no corpo, mas possui o poder de adoecê-lo. Fragilizando-me profundamente, o ser que sofre, uma vez que a separação ou roubo de mim me retirou da minha centralidade de tomar minhas próprias decisões.

São muitas as modalidades de sequestro da subjectividade. Qualquer forma de relação humana corre o risco de se transformar num destes processos. Depende do amadurecimento ou da carência humana. (Ai fui descobrindo diferenças entre relações) As saudáveis e as doentes, as saudáveis perduram. As que se tornaram em roubo, que me levaram a perda de identidade, e de minhas referências e me fizeram ausentar de mim mesma, foram ficando pelo caminho.

É a partir deste horizonte de sentido que pensei, agia, amava, odiava e desejava, viver. Meu copo estava cheio de nada e de muita coisa, que parecia não ter sentido.

Sentia uma réstia de luz divina mas que era ofuscada por outras realidades que para mim não tinham nada de Divino.

A partir de realidades que significam, isto é, realidades que me revelam e me são reveladas que condensam um poder de me fazer avançar os territórios da minha existência, de ir mais além. Estes significados assumem os mais diversos formatos em minha condição humana e Espiritual. (Ele meu Deus, companheiro de todos os momentos) sempre evolui para a condição de valores e assim se tornam fundamentais para a qualidade da minha vida. Actuação no mundo. Os significados qualificam nossa existência.

Essa gama de significados, de valores, ocupa espaços muito diferentes na vida de como pessoa, no meu crescimento (mesmo verificando que de maneira que se para uma pessoa aquilo é fundamental em termos de significado, para outra pode ser simplesmente um detalhe). (Para mim feridas profundas que estão em processo de cura avançada)

Na vida, constantemente fui descobrindo o que me fazia buscar meu ser inteiro. São inúmeros e pequenos significados que constroem a minha história e todas as peças são fundamentais para construção do todo, e por isso não pode ser negada, separada. Assim sou eu! Um conjunto de retalhos que estão em formação de uma peça inteira cada dia mais eu mesma.

Sinto que ainda percorro o caminho do calvário mas no coração carrego a esperança da ressurreição.